21 de julho de 2016


A dependência do homem - bem como de todos os outros seres vivos -  pela eletricidade sempre existiu, pois não há vida terrestre sem eletricidade, dado que todas as células dependem do seu potencial bioelétrico para funcionarem. No entanto, nos dias que correm, o ser humano tem vindo a assumir uma estreita relação de dependência com a eletricidade a outro nível. Mesmo não considerando a bioeletricidade intrínseca ao homem, é difícil imaginar a vida na ausência de eletricidade.

Assim, estando esta carga ordenada de partículas carregadas constantemente presente na nossa vida - quer nos objetos do quotidiano, quer na rede elétrica - torna-se relevante analisar se tem algum efeito nefasto na saúde pública. Nessa sequência, efectuou-se inúmeras medições dos valores dos campos magnético e elétrico, que são campos indissociáveis associados à corrente elétrica.

Através dos resultados obtidos verificou-se que, de um modo geral, os valores mais elevados dos CEM estão presentes em objetos do quotidiano - nomeadamente o esmeril, máquina de soldar e bobina de indução - e não nos aparelhos da rede elétrica principal, contrariamente àquilo que a maioria absoluta respondeu na questão número quatro do nosso inquérito. Como é possível constatar, nenhum aparelho da rede elétrica excedeu os limites de referência.

Os limites de referência foram apenas excedidos no que toca ao campo magnético, em alguns objetos do quotidiano. Alguns dos valores dos campos elétricos aproximaram-se do limite de referência, perfazendo, no máximo, 35.7% do mesmo, no caso do Posto de Transformação dos Zimbreiros para 300Hz à distância de 0m. Os valores ultrapassados referentes ao campo magnético foram:

Para 50Hz
Limite de referência: 1.000G
  • Esmeril: 3.766G
  • Bobina de indução: 1.974G
  • Máquina de Soldar: 1.751G
Além destes objetos, também o microondas TEKA apresentou, na zona traseira, valores do campo magnético que ultrapassaram os limites de referência. No entanto, dado que o projeto MEDEA incide sobre a medição dos CEM no contexto do quotidiano, decidiu-se não destacar esta situação como uma ultrapassagem dos limites tabelados, uma vez que estes valores são bastante inferiores na zona frontal, mesmo próximo da porta do microondas, conforme foi explicado aqui

Atendendo também à influência da distância nos CEM, conclui-se que não há motivo para alarme nestas três situações em que se verificou valores mais elevados do mesmo pois o crânio - que é a região mais sensível a estes campos - encontra-se quase sempre a uma certa distância que considerou-se suficiente para que seja mantida a segurança. Além disso, estes três objetos não são objetos que acompanham um cidadão comum diariamente, mas apenas esporadicamente. 

Outro aspeto a ter em conta é que a ultrapassagem dos limites de referência não implica necessariamente que hajam efeitos nefastos para a saúde pública. Estabelecer um valor exato a partir do qual possam haver esses efeitos é praticamente impossível pois depende da natureza de cada organismo, do tempo de exposição, entre outros fatores. Portanto, no que toca à legislação, a tendência óbvia é estabelecer valores inferiores, provavelmente em algumas ordens de grandeza, àqueles que são realmente perigosos.

Globalmente, não se verificou em qualquer altura do projeto nenhum valor preocupante no que toca aos campos magnéticos e elétricos de muito baixa frequência. No entanto, uma das limitações do projeto MEDEA é o facto de se cingir, precisamente, às baixas frequências (0-300Hz). Não se pode afirmar, com qualquer tipo de certeza, acerca da segurança em conviver com estes objetos e aparelhos noutras gamas de frequência mais elevadas, pois não foram efectuadas medições nesse sentido e é possível que os valores sejam consideráveis pois alguns aparelhos podem não operar apenas com eletricidade a muito baixas frequências. 

Avaliação global dos dados adquiridos

20 de julho de 2016

Na sequência do programa televisivo Geração +, transmitido na RTP Madeira a 10 de Julho de 2016, um dos membros d' Os Medearitos, o João Abreu, foi alvo de uma entrevista na qual fez uma pequena divulgação do projeto MEDEA.

Este programa pretende dar a conhecer as diversas escolas secundárias e profissionais da Região Autónoma da Madeira. Em cada episódio, gravado numa escola diferente, é abordado um tema de fundo, como base de discussão, com reportagens sobre o espaço físico, os clubes e os projetos ali existentes, as quais são intercaladas com entrevistas e debates alusivos ao tema tratado - tecnologia, cultura, sociologia - assente nas problemáticas atuais e vivenciadas por cada estabelecimento de ensino.



Fonte: http://www.rtp.pt/play/p2354/geracao


Divulgação do projeto na RTP Madeira

1 de junho de 2016

As medições efectuadas desde a receção do aparelho até à sua devolução podem ser encontradas, detalhadamente, aqui.

Nesta publicação estão apresentados, de uma forma sintetizada, todos os valores obtidos em relativamente ao campo magnético e ao campo elétrico, sendo evidente a comparação entre os aparelhos do quotidiano e alguns elementos característicos de uma rede elétrica (por exemplo postes de alta tensão, transformadores, etc).






Em termos numéricos, estes são os valores obtidos:


As conclusões em relação às medições obtidas estão apresentadas aqui.

Síntese das medições dos CEM

28 de maio de 2016



No dia 4 de Maio de 2016, entre as 19h e as 20h, efectuaram-se medições dos campos eléctrico e magnético produzidos por 4 aparelhos comuns da sala de estar: rádio TENSAI INTERNATIONAL compo-80A, televisão de tubo LG, telemóvel LG e computador Toshiba.

Estes aparelhos em questão, todos eles servem para as pessoas estarem actualizadas sobre os casos que preocupam o nosso país e o mundo em geral, e também servem para comunicar com colegas, família e amigos de infância. Todos estes aparelhos dependem da corrente eléctrica para funcionar, embora o computador e o telemóvel, como apresentam uma fonte interna de energia, não necessitam de estar permanentemente ligados a corrente eléctrica para funcionarem.

Assim sendo, decidimos medir os CEM destes aparelhos do quotidiano e verificar se excedem ou não os limites de referência.

Os resultados apresentados abaixo resultam de uma média aritmética simples entre os valores obtidos nos 3 ensaios nas mesmas condições. O medidor dos CEM foi colocado o mais próximo possível do foco destes campos.

-Campo elétrico


-Campo magnético

Imagem: João Abreu

Os campos magnético e elétrico na sala de estar


Os postos de transformação são instalações onde se procede à transformação da energia eléctrica de média tensão para baixa tensão, alimentando a rede de distribuição de baixa tensão.

Um posto de transformação é constituído essencialmente pelos seguintes componentes:
Equipamentos de interrupção/seccionamento e protecção;
Quadro geral de baixa tensão.

Os postos de transformação podem ser basicamente de dois tipos:
Aéreos: no caso dos postos de transformação ligados na rede aérea em média tensão, sendo o transformador instalado num apoio da linha de distribuição média tensão e o quadro geral de baixa tensão na base desse apoio, num armário dimensionado para o efeito.
Em cabine: no caso de todo o equipamento estar instalado dentro de uma cabine que pode assumir uma das seguintes variantes:

  • Cabine alta (torre);
  • Cabine baixa em edifício próprio;
  • Cabine baixa integrada em edifício;
  • Cabine metálica (monobloco);
  • Cabine pré-fabricada;
  • Cabine subterrânea.

As medições referentes a este poste de transformação foram efetuadas no dia 4 de Maio de 2016 pelas 16:00h no sítio Zimbreiros, freguesia da Tabua, no concelho da Ribeira Brava.

As tabelas abaixo sintetizam os resultados obtidos. Cada valor apresentado é o valor mais provável, que resulta de uma média aritmética simples entre os valores obtidos nos 3 ensaios que foram feitos.

-Campo elétrico

-Campo magnético

Fonte: http://www.museucasadaluz.com/pt/conteudo/sistema-el%C3%A9trico/distribui%C3%A7%C3%A3o/postos-de-transforma%C3%A7%C3%A3o/

Posto de transformação dos Zimbreiros

27 de maio de 2016



O esmeril é um aparelho utilizado, industrialmente e domesticamente, com o objetivo de aguçar (amolar) objetos metálicos, nomeadamente facas.

No dia 10 de maio de 2016 efectuou-se a medição dos CEM de que é responsável este aparelho. Estes foram os resultados obtidos:



Conclui-se que os valores de referência para o campo magnético são ultrapassados para a frequência de 50 Hz e de 150 Hz.

Imagem: Luís Pereira

Os campos elétrico e magnético num esmeril

10 de maio de 2016


Na sequência das medições relativas aos objetos da cozinha, dado que o microondas ultrapassou alguns dos limites de referência, optou-se por medir os CEM noutros dois microondas de outras marcas. 

Recapitulando, estes foram os valores obtidos para o microondas Woulinex a 15 de abril de 2016 entre as 18h e as 19h:





No dia 3 de maio de 2016 pelas 20h00 efectuaram-se medições dos referidos campos associados ao funcionamento de um microondas da marca Samsung.


 Estes foram os resultados obtidos:





Por sua vez, no dia 10 de maio de 2016 pelas 18h30 procedeu-se, então, à obtenção de valores para um outro microondas, da marca TEKA. No entanto, para além da comum medição nas zonas visíveis deste eletrodoméstico, decidiu-se, também fazer a medição na região traseira que geralmente não se encontra diretamente dirigida aos seus utilizadores no quotidiano.


Estes foram os resultados obtidos:



A análise à tabela sobrejacente permite-nos constatar que o aparelho medido apresenta um campo magnético, cuja intensidade ultrapassa os valores de referência, tanto para uma frequência de 50 Hz como para uma de 150 Hz na região traseira. 



Sintetizando os resultados:


Como é possível observar, apenas os valores dos campos magnéticos excederam, em alguns casos, o limite de referência. Comparando os valores do aparelho da marca TEKA, na zona frontal os valores são, regra geral, inferiores aos da zona traseira.

No entanto, é de notar que todos os valores, quer tenham sido obtidos na zona traseira quer na zona frontal do eletrodoméstico, correspondem a uma posição muito próxima do mesmo. No nosso quotidiano, não estamos, geralmente, tão próximos, pelo que, atendendo à influência da distância nos CEM podemos concluir que os valores a que estamos habitualmente expostos são dentro dos limites de referência.

Imagens: João Abreu; André Andrade

Comparação entre vários microondas

4 de maio de 2016


Na sequência do estudo da variação dos campos magnético e elétrico atendendo à distância, no dia 4 de maio de 2016 procedeu-se medição dos CEM a 4 distâncias distintas: 0,00m; 0,10m; 0,20m e 0,30m. 

O aparelho eleito para estas medições foi uma bomba de vácuo CIMA, de potência 0.12kW. Foram efectuados 3 ensaios para cada valor frequência tanto para o campo magnético como para o campo elétrico. Os valores obtidos foram:

Campo Magnético:

Campo Elétrico:

Em termos gráficos, os resultados apresentam-se do seguinte modo:


Como é possível observar, em todos os casos, a intensidade dos CEM é tanto menor quanto maior é a distância em relação ao emissor. 

Nos dois gráficos do campo magnético para 50Hz e 150Hz observa-se claramente uma redução aproximadamente exponencial. 

No caso do campo magnético para 300Hz, observou-se que os valores foram muito baixos e o medidor registou valores nulos a partir dos 0,10m. 

Imagem: João Abreu

Influência da distância nos CEM

15 de abril de 2016



No dia 15 de Abril de 2016, entre as 18h e as 19h, efectuaram-se medições dos campos magnético e elétrico produzidos por 4 aparelhos comuns de uma cozinha: microondas, placa de indução, exaustor e frigorífico. Todos estes aparelhos dependem da corrente eléctrica para funcionar, e estando estes presentes todos os dias na nossa vida, é de elevada relevância concluir sobre os CEM e verificar se excedem, ou, não os limites de referência.

Os resultados apresentados abaixo resultam de uma média aritmética simples entre os valores obtidos nos 3 ensaios nas mesmas condições. O medidor dos CEM foi colocado o mais próximo possível do foco destes campos. 




Em termos gráficos, temos:


A partir da análise dos dados acima apresentados, pode-se observar uma ultrapassagem do limite de referência do campo magnético tanto para f=150Hz como para f=300Hz. Ainda em relação ao campo magnético, quando f=50Hz o valor obtido não atinge o limite de referência mas perfaz 75.8% do mesmo. Quanto ao campo elétrico, os valores obtidos encontram-me largamente dentro dos limites de referência, tendo sido atingido, no máximo 7,4% do limite (frigorífico, f=50Hz).

Imagem: João Abreu

Os campos magnético e elétrico na cozinha

 
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